Infecção simultânea por Haemagogus e Janthinomys patógenos: cocirração dificil, taxa alta de infecção, anticorpos específicos, linfócitos T, mosquito Haemagogus silvestre, ilegal exploração de recursos naturais, garimpo, transmissão urbana, amostras infectadas. (141 caracteres)
Recente pesquisa divulgada na revista Emerging Infectious Diseases revela que os vírus Mayaro e Chikungunya foram identificados em circulação simultânea (cocirculação) no Estado amazônico de Roraima. Especialistas alertam para a importância de medidas mais robustas de vigilância epidemiológica na área. A constatação surpreendeu a equipe de cientistas.
A presença desses arbovírus em uma mesma região levanta preocupações adicionais sobre a propagação de doenças transmitidas por mosquitos. A coexistência do vírus Mayaro e Chikungunya destaca a complexidade do cenário epidemiológico local. A pesquisa ressalta a urgência de estratégias de controle e prevenção para enfrentar essa realidade desafiadora.
Cocirculação de vírus Mayaro e Chikungunya em áreas de floresta
A hipótese inicial levantada por José Luiz Proença-Modena, pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), era de que locais com alta taxa de infecção por um dos arbovírus seriam refratários à circulação do outro vírus. Acreditava-se que os anticorpos específicos e os linfócitos T gerados em resposta à infecção por um dos vírus poderiam conferir proteção contra o outro. No entanto, para surpresa de Proença-Modena, a cocirculação de vírus Mayaro e Chikungunya foi detectada nas mesmas regiões.
Embora não tenham sido registrados casos de indivíduos infectados simultaneamente pelos dois patógenos, a presença desses arbovírus no mesmo ambiente levanta questões sobre a transmissão e a interação entre eles. A cocirculação desses vírus destaca a importância da implementação de métodos moleculares para um diagnóstico preciso, como os exames do tipo RT-PCR, capazes de detectar o material genético presente em amostras biológicas.
Julia Forato, uma das autoras do estudo e ex-bolsista da FAPESP, ressalta a semelhança nos sintomas causados por vírus Mayaro e Chikungunya, como febre alta, dores articulares e cansaço. O vírus Mayaro, transmitido pelo mosquito silvestre Haemagogus janthinomys, compartilha o mesmo vetor da febre amarela. No entanto, a atividade humana, como a exploração ilegal de recursos naturais, especialmente o garimpo, pode favorecer a transmissão do Mayaro em ambientes urbanos.
A pesquisa revelou que 11% das amostras infectadas por vírus Mayaro eram de pescadores, sugerindo que trabalhadores em ambientes florestais podem atuar como ponte para a introdução e estabelecimento da transmissão do vírus em áreas urbanas. A implementação de vigilância molecular e genômica ampliada é essencial para monitorar o potencial estabelecimento do Mayaro em um ciclo de transmissão amplificado pelos humanos.
Proença-Modena destaca a necessidade de uma vigilância robusta para identificar o impacto da atividade humana em áreas de floresta na dinâmica da circulação dos vírus e prever possíveis surtos. As doenças causadas por esses arbovírus são altamente debilitantes, acarretando prejuízos financeiros e sociais aos pacientes, além de sobrecarregar o sistema de saúde.
O projeto Amazônia+10, que deu origem ao estudo, tem como objetivo avaliar como a atividade humana em áreas de floresta influencia a circulação viral. A equipe está empenhada em investigar essa relação em diferentes contextos, visando contribuir para a compreensão e o controle da transmissão de arbovírus como o Mayaro e o Chikungunya.
Fonte: © CNN Brasil
Comentários sobre este artigo