Em 16 de maio de 2023, anunciou-se mecanismo de preços combustíveis vinculados a internacionais e frete, gerando debate sobre dividendos, gritarias, missão, limites inferiores e superiores, saldo, abrasileiramento, estratégia comercial, repasse ao produto, volatilidade e subida de commodity.
Jean Paul Prates tomou a liderança da Petrobras em janeiro de 2023, no início do governo Lula. Um ano e cinco meses depois, fez sua saída de Prates da empresa, sendo demitido por Lula, em meio a polêmica causada pelas decisões sobre dividendos e ao confronto com o Ministério de Minas e Energia.
No cenário pós-Prates, a nova política implementada na Petrobras gerou discussões acaloradas. As políticas de preços adotadas pela empresa foram alvo de críticas e elogios, refletindo a complexidade do setor energético. Em meio a esse contexto, a busca por um equilíbrio entre lucratividade e interesse público se tornou ainda mais evidente.
Estudo de Impacto das Políticas de Preços e Saída de Prates
Justamente ao completar um ano da missão principal confiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nova política de preços implementada por Prates continua a ser o foco de discussões. O objetivo de acabar com a política de paridade de importação (PPI) para definir os preços de gasolina e diesel foi um marco significativo. Nas palavras do então chefe, Prates ‘abrasileirou’ os preços da Petrobras, mantendo a estabilidade na estatal.
‘Acredito que não teremos mudanças drásticas, pois a política atual tem se mostrado eficaz. O mercado já assimilou e a empresa consegue se adaptar mesmo diante de um cenário com petróleo Brent em alta. No entanto, não seria surpreendente ver um ajuste nos preços repassados às distribuidoras mais alinhado com o valor marginal para a Petrobras, em vez do custo de aquisição para o cliente’, destaca Ilan Arbetman, analista da Ativa.
Desde a implementação da estratégia comercial, a Petrobras adota uma faixa de preço de referência, com um limite inferior representando o valor marginal e um limite superior refletindo o custo alternativo para o cliente, em consonância com o conceito de PPI. O saldo do ‘abrasileiramento’ dos preços tem sido positivo, de acordo com um estudo da Leggio Consultoria.
Após quase um ano, a Petrobras tem conseguido capturar os ganhos gerados pela volatilidade dos preços no mercado internacional. O relatório indica que, em períodos de alta, a empresa mantém uma defasagem de um mês no repasse aos produtos, evitando picos de valores da commodity. Em momentos de queda, o repasse é feito quase que imediatamente.
‘A Petrobras pode perder algumas oportunidades ao não reagir mais rapidamente em cenários de alta volatilidade. No entanto, esse efeito é limitado. O mais crucial é a consistência nos repasses de preços, o que tem sustentado a lucratividade e a geração de caixa da empresa’, destaca Camila Affonso, sócia da Leggio Consultoria.
O estudo abrange o período de 2020 a janeiro de 2024 e revela que, com a política conhecida como ‘PPI menos’, os preços praticados pela estatal no diesel e na gasolina permaneceram ligeiramente abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI). Os valores estão aproximadamente 5% abaixo da paridade de importação no diesel e 3% na gasolina, conforme apontado pela consultoria.
‘Manter um equilíbrio ao não repassar imediatamente as variações positivas do petróleo e agir com mais rapidez em cenários de queda é uma abordagem razoável. Os percentuais de defasagem divergem do que é calculado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), mas mostram a eficácia da estratégia adotada’, conclui Affonso.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo