Propriedades de Trump podem ser confiscadas se a Justiça não reduzir o valor da dívida ou suspender o pagamento. Trump fraudou balanços e recorreu da decisão.
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, revelou em declarações à justiça que não terá condições de arrecadar o montante de uma fiança no valor de US$ 454 milhões. Segundo seus advogados, o político fraudou balanços de suas empresas e agora precisa enfrentar as consequências legais.
Como ex-presidente americano, Trump está envolvido em um imbróglio financeiro que pode complicar ainda mais sua situação legal. O magnata enfrenta um desafio financeiro de grandes proporções, colocando em xeque sua reputação e trajetória política.
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Fraude em balanços e recorrência da decisão
O prazo estabelecido para o pagamento da fiança de Trump é na próxima segunda-feira (25). Em 16 de fevereiro, o ex-presidente americano foi condenado em primeira instância por ter fraudado balanços de suas empresas, visando obter empréstimos e fechar negócios em condições mais vantajosas.
Trump nega veementemente que tenha manipulado os balanços contábeis de suas empresas. Seus advogados já recorreram da decisão inicial, buscando reverter o veredicto em uma instância superior da Justiça. A defesa alega que o valor requerido para a fiança é excessivo e propõe um pagamento de US$ 100 milhões (R$ 501 milhões) ou a suspensão da cobrança.
Caso a Justiça não aceite reduzir o montante ou suspender o pagamento, as propriedades de Trump podem ser confiscadas para quitar a dívida. Os representantes legais do ex-presidente afirmaram que ele e sua equipe estão em contato com empresas de pagamentos de fiança, buscando garantias reais para o pagamento.
Contratos e negócios em melhores condições
Em tentativa de obter uma solução para o pagamento da fiança, Trump contratou Gary Giulietti, especialista em seguros, para intermediar um acordo com uma empresa de pagamentos de fiança. Diversas tentativas foram feitas para garantir um contrato que assegurasse o valor da fiança caso fosse necessário.
Giulietti afirmou que conseguir uma fiança no valor de US$ 454 milhões seria impossível nas circunstâncias atuais. Muitas empresas de pagamentos não emitem títulos acima de US$ 100 milhões e não aceitam imóveis como garantias. Com grande parte do patrimônio de Trump em propriedades imobiliárias, essa questão se tornou um desafio para a defesa do ex-presidente.
Os advogados alegam que o juiz de primeira instância impôs um valor exorbitante, dificultando a possibilidade de Trump recorrer da sentença. A busca por uma solução que envolva uma empresa de pagamentos de fiança continua, a fim de evitar a perda das propriedades do ex-presidente.
Processo da procuradora-geral e valores inflados
A procuradora-geral do estado, Letitia James, entrou com um processo contra Trump e a Organização Trump em setembro de 2022. A acusação envolve a manipulação de valores de ativos e patrimônio líquido ao longo de uma década, visando obter vantagens em empréstimos bancários e seguros.
De acordo com Letitia James, Trump inflou seu patrimônio líquido em até U$ 2,23 bilhões em demonstrações financeiras fornecidas a instituições financeiras e seguradoras. Entre os ativos superestimados estavam a propriedade de Mar-a-Lago, o apartamento na Trump Tower e diversos outros imóveis e campos de golfe pertencentes ao ex-presidente.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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