Telescópio James Webb descobre supernova 1,8 bi anos pós Big Bang, revolucionando o estudo de novas supernovas no Universo primitivo.
Essa é mais uma incrível descoberta do Telescópio Espacial James Webb (JWST): ele capturou a supernova mais antiga e distante já documentada, uma explosão stelar que aconteceu quando o Universo tinha apenas 1,8 bilhão de anos, conforme divulgado pela NASA, responsável pelo observatório. A supernova foi avistada ao lado de outras 80 supernovas em uma pequena região do céu que, da perspectiva da Terra, tem o tamanho aproximado de um grão de arroz mantido a distância de um braço.
Uma equipe de astrônomos conseguiu identificar cerca de 80 objetos (marcados em verde) observados pelo James Webb que passaram por mudanças de brilho ao longo do tempo, revelando eventos transitórios fascinantes. Essas explosões termonucleares são essenciais para a compreensão do Universo e sua evolução, fornecendo insights valiosos sobre a natureza das supernovas e seu impacto no cosmos.
Descobrimento revolucionário de supernovas
A maioria desses objetos, conhecidos como eventos transitórios, são o resultado da explosão estelar ou supernovas. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, JADESSupernovas são fenômenos transitórios, pois seu brilho varia ao longo do tempo. A descoberta de um novo conjunto de supernovas distantes é bastante empolgante, pois estudar essas explosões pode fornecer insights valiosos sobre a evolução do Universo primitivo. Os cientistas apresentaram suas descobertas em 10 de junho, durante a 244ª reunião da Sociedade Astronômica Americana.
Estamos, de fato, abrindo uma nova perspectiva sobre o Universo transitório’, disse Matthew Siebert, astrônomo responsável pela análise das supernovas. ‘Historicamente, sempre que fazemos isso, nos deparamos com descobertas extremamente empolgantes e inesperadas.’
Tipos de supernovas e explosões termonucleares
As supernovas são classificadas em duas categorias principais: colapso de núcleo e explosões termonucleares descontroladas. No primeiro caso, estrelas com pelo menos oito vezes a massa do Sol esgotam seu combustível, colapsam e então se expandem em uma grande explosão. A outra categoria, conhecida como supernova do tipo Ia, ocorre quando duas estrelas, sendo uma delas uma anã branca, se aproximam. A anã branca absorve hidrogênio da estrela vizinha, desencadeando uma reação descontrolada que culmina em uma explosão termonuclear.
As supernovas do tipo Ia despertam interesse particular entre os astrofísicos, pois seu brilho é constante, o que as torna ‘velas padrão’. Essas ‘velas’ são utilizadas pelos astrônomos para calcular grandes distâncias e a taxa de expansão do Universo, conhecida como constante de Hubble.
No entanto, as medições dessa constante têm gerado resultados discrepantes, sugerindo que o Universo pode estar se expandindo a diferentes velocidades dependendo da região observada. Esse dilema, conhecido como tensão de Hubble, desafia o modelo padrão da cosmologia e destaca a importância de encontrar velas padrão confiáveis para os cientistas.
Os pesquisadores identificaram as supernovas antigas por meio de dados do Levantamento Extragaláctico Profundo Avançado do JWST (JADES). Esse levantamento envolveu várias imagens do mesmo trecho do céu capturadas anualmente. Ao analisar os novos pontos de luz que surgiam ou desapareciam nas imagens, os cientistas identificaram as supernovas, incluindo algumas do tipo Ia. Agora, os pesquisadores planejam explorar mais a fundo esses eventos cósmicos fascinantes.
Fonte: @Olhar Digital
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