Fundos investem R$105 bi no 1º tri, mas juros altos nos EUA podem atrasar aplicações em classes de risco. Mercado financeiro analisa impacto no mercado de capitais.
Os fundos de investimentos têm mostrado resultados positivos, com uma aplicação líquida de R$ 105 bilhões no último trimestre, de acordo com dados da Anbima. Essa movimentação reflete a confiança dos investidores e a retomada dos fundos como opção de investimento.
Com a perspectiva de juros altos nos Estados Unidos por mais tempo, a captação nos fundos de ações e multimercados pode ser impactada, apresentando um desafio para os investidores. No entanto, a diversificação e a estratégia de alocação podem ser essenciais para superar esse cenário e alcançar retornos satisfatórios. Os fundos continuam sendo uma alternativa interessante para o investidor que busca rentabilidade e segurança em suas aplicações.
Captação dos fundos no primeiro trimestre de 2022 e 2023
Os anos de 2022 e 2023 foram os de maiores resgates do setor em toda a história, mas a captação dos fundos no primeiro trimestre foi a segunda maior para esse intervalo nos últimos cinco anos. A entrada está sendo liderada pelos fundos de renda fixa, onde entraram R$ 131,7 bilhões no primeiro trimestre.
Crescimento dos fundos de renda fixa de infraestrutura
‘Especialmente os fundos de renda fixa de infraestrutura estão experimentando um crescimento bastante interessante nos últimos meses. Eles ganharam um componente adicional de atratividade desde que o Conselho Monetário Nacional limitou a emissão de papéis isentos de imposto’ afirmou Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, em coletiva com a imprensa nesta sexta-feira (5).
Retiradas dos fundos multimercados e de ações
Como a classe continua isenta, temos visto uma procura maior e lançamento de fundos’, disse. Já os fundos multimercados e os fundos de ações continuaram com retiradas de R$ 28,2 bilhões e R$ 2,1 bilhões, nessa ordem. A performance dos fundos multimercados não está ajudando: segmentos relevantes como os multimercados livre estão com desempenho no ano abaixo do CDI (a remuneração dessa modalidade de fundos no ano é de 1,60%, ante 2,62% do CDI).
Impacto dos juros nos Estados Unidos no mercado financeiro
O dinheiro está saindo em uma velocidade menor em comparação aos meses e aos trimestres anteriores, apontou a entidade, mas os juros nos Estados Unidos altos por mais tempo podem atrasar as aplicações nessas classes de maior risco. ‘A demora na diminuição de juros nos Estados Unidos tende a postergar o retorno dos investidores para as classes de fundos de maior risco. As expectativas de inflação e juros nos Estados Unidos acabam afetando as decisões do Banco Central no Brasil. A menor velocidade de redução de juros americanos acaba afetando as decisões dos investidores porque eles encontram retornos ainda atraentes na renda fixa’, afirmou Rudge. ‘E não é só retorno que o investidor busca, mas ainda um ambiente mais calmo.
Confiança dos investidores e a questão fiscal
Com a questão fiscal endereçada, o investidor fica mais confiante e busca ativos de risco’, disse. A demora para a diminuição de juros não muda a previsão de retomada para o setor de fundos, mas empurra para a frente o retorno esperado, acrescentou.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo