Pesquisa reconstruiu DNA de pelos e cabelos em restos mortais das presas dos animais para entender a dieta e ecologia desses animais.
No final do século XIX, mais precisamente em 1898, uma dupla de leões se tornou notória por atacar e devorar pelo menos 28 humanos na região próxima ao rio Tsavo, no oeste do Quênia. Esses leões eram conhecidos por sua ferocidade e habilidade de caça.
Esses animais selvagens, que são membros da família dos felinos, são conhecidos por sua força e agilidade. A dupla de leões que atacou a região do rio Tsavo é um exemplo clássico da capacidade de caça desses felinos. Além disso, é importante lembrar que os leões são animais sociais e que vivem em grupos, o que os torna ainda mais formidáveis.
Os Leões Comedores de Homens de Tsavo: Uma Lenda que Virou Realidade
Os leões que ficaram conhecidos como ‘comedores de homens de Tsavo’ foram mortos a tiros, mas seus restos mortais continuam a revelar segredos surpreendentes. Expostos no Field Museum Of Natural History de Chicago, EUA, os restos foram utilizados em um estudo que analisou o DNA dos animais e fez revelações inesperadas. A reconstrução dos restos mortais dos leões identificou que eles provavelmente eram irmãos.
Os leões comedores de homens de Tsavo viraram uma lenda, inclusive ganhando um filme dedicado a eles: ‘A Sombra e a Escuridão’, de 1996, estrelando Michael Douglas e Val Kilmer. Os restos mortais da dupla estavam expostos no museu de Chicago e foram usados em pesquisa para reconstruir o passado dos animais. Para isso, o estudo aproveitou os dentes dos leões de Tsavo.
A Dieta dos Leões Comedores de Homens: Uma Revelação Surpreendente
A pesquisa extraiu amostras de cabelo e pelo de cavidades nos dentes dos animais e reconstruiu o material genômico das amostras para entender melhor qual era a dieta dos leões comedores de homens. De acordo com o IFLScience, a reconstrução não foi perfeita, mas foi suficiente para dar as pistas necessárias. Uma delas foi, especificamente, surpreendente: havia DNA humano nos dentes dos leões comedores de homens, mas também havia material genômico de girafas, órix, antílopes aquáticos, zebras e gnus.
A presença de gnus na dieta dos leões foi uma surpresa, pois não havia gnus na região do rio Tsavo, onde a dupla habitou. O registro mais próximo dos gnus naquela época ficava a mais de 80 quilômetros de onde os felinos foram mortos. Segundo Alida de Flamingh, outra autora do estudo, isso sugere duas hipóteses opostas: ou os leões viajaram mais longe do que se pensava, ou os gnus habitaram a região de Tsavo nesse tempo.
O Estudo Continua: Revelando os Segredos dos Leões Comedores de Homens
Os pesquisadores ainda não finalizaram suas investigações sobre os leões comedores de humanos de Tsavo. Agora, eles querem entrar em mais detalhes no DNA presente nos dentes dos animais para entender quais suas preferências alimentares com base na idade de cada indivíduo. A esperança é reconstruir batalhas históricas entre leões e humanos, que viraram verdadeiras lendas naquele período. O estudo dos restos mortais dos leões continua a revelar segredos sobre a ecologia e a dieta desses animais no passado, além de quais foram os impactos da colonização na região onde os ataques aconteceram.
Fonte: @Olhar Digital
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