Empresas assinam memorando de entendimentos não vinculante para ganhar market share, escala e participação, em movimento defensivo após avaliação de analistas.
É fascinante observar como as sinergias surgem em fusões entre grandes empresas. No recente caso da união entre Petz e Cobasi, a repercussão foi imediata: em questão de horas, o valor de mercado combinado das duas empresas já havia aumentado consideravelmente. A expectativa em torno das sinergias geradas por essa parceria é alta, visto que ambas possuem expertise complementar no setor de produtos pet.
Ao unir forças, as empresas buscam não apenas aumentar seu valor de mercado, mas também explorar as complementaridades existentes entre suas operações. A integração eficiente de processos e estratégias pode resultar em benefícios mútuos significativos, impulsionando ainda mais o crescimento do novo conglomerado. É intrigante acompanhar como a busca por sinergias pode transformar o cenário competitivo de um mercado tão dinâmico como o de produtos para animais de estimação.
Sinergias e Benefícios Mútuos na Fusão Cobasi-Petz
Em parte, as incertezas que pairam sobre a fusão entre Cobasi e Petz só serão esclarecidas após a assinatura do contrato. As investigações financeiras sobre os negócios devem se intensificar nesse momento crucial, conhecido como signing. No entanto, algumas das possíveis sinergias são facilmente identificadas, conforme a avaliação de analistas do setor.
É evidente para os especialistas que a fusão tende a otimizar a distribuição das marcas em regiões onde cada uma tem maior apelo, seja Cobasi ou Petz. Além disso, espera-se um crescimento significativo em segmentos como a linha de produtos Zee.Dog e na vertical de saúde animal. Esse movimento pode resultar em ganhos de market share e ganhos de escala para a empresa combinada.
Ricardo Bahiana, da B2R Capital, destaca que a integração dos negócios pode praticamente dobrar a distribuição de tudo envolvido de uma hora para outra. Enquanto isso, Andreas Ferreira, analista da Mantaro Capital, percebe a união das empresas como um movimento defensivo, longe de ser uma estratégia agressiva de M&A para conquistar mercado.
Na visão de Ferreira, a Petz busca espelhar o sucesso de uma das poucas fusões do varejo que realmente prosperaram nos últimos anos. O caso da Raia Drogasil, que obteve ganhos de escala e participação de mercado após sua operação combinada, serve de referência. Para o analista, a Petz visa aproveitar as complementaridades e benefícios mútuos para se fortalecer diante da concorrência crescente dos marketplaces.
A chegada ao Cade para a aprovação do negócio não parece preocupar o CEO da Petz, Sergio Zimerman, que acredita na fluidez do processo. Porém, a avaliação do órgão regulador deve considerar a distribuição geográfica das lojas das empresas e possíveis sobreposições. A preocupação está em definir os limites territoriais dos mercados e identificar regiões de alta concentração, que podem acarretar em restrições.
Olavo Chinaglia, especialista em direito concorrencial, destaca a importância de delimitar o escopo geográfico dos mercados varejistas, especialmente no setor de produtos pet. Andreas Ferreira alerta para a forte superposição de lojas das duas empresas, ambas nascidas em São Paulo e com expansão concentrada em capitais próximas.
Há a previsão de oportunidades de fechamento de lojas para evitar possíveis restrições pelo Cade, levando em consideração a proximidade excessiva entre as unidades. As empresas precisam antecipar possíveis demandas, incluindo a avaliação do perímetro de influência no mercado em que atuam, de forma a evitar obstáculos com o órgão regulador.
Fonte: @ Info Money
Comentários sobre este artigo