Decisão do Comando-Geral da PM de recolher aparelhos devido à tecnologia obsoleta, fragilidade e vulnerabilidade, além da falta de aporte financeiro e suporte técnico completo para manutenção de equipamentos.
A Polícia Militar de Santa Catarina deu um passo surpreendente ao anunciar o recolhimento das câmeras corporais utilizadas pelos policiais do estado. Essa medida foi tomada após uma avaliação cuidadosa do Comando-Geral da PM, que decidiu retirar os equipamentos das fardas dos agentes.
É importante lembrar que Santa Catarina foi o primeiro estado a adotar as câmeras corporais nas fardas dos policiais, em 2019. Agora, esses equipamentos serão recolhidos e avaliados para entender melhor o impacto de sua utilização. A decisão de recolher as câmeras de uniforme pode ser um passo importante para aprimorar a segurança e a transparência nas ações policiais. A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas é fundamental garantir que ela seja usada de forma eficaz e responsável.
Desafios com as Câmeras Corporais
A Polícia Militar (PM) de Santa Catarina anunciou que as câmeras corporais utilizadas por seus agentes não atingiram os objetivos esperados e apresentam tecnologia obsoleta. Além disso, há fragilidade e vulnerabilidade nos quesitos de segurança, o que possibilitaria invasão e adulteração de imagens. A corporação também destacou que a empresa contratada para fornecer os equipamentos não realiza mais serviços de manutenção, deixando aparelhos sem conserto, e que há falta de aporte financeiro para dar continuidade ao programa.
Segundo o coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, comandante-geral da PM, ‘os aparelhos e o software utilizados pelas atuais câmeras não atendem mais à realidade da PM’. A Ditec, responsável pelo fornecimento dos equipamentos desde 2019, afirmou que garantiu suporte técnico completo e a manutenção dos equipamentos conforme estabelecido até o fim do contrato, em setembro do ano passado. No entanto, após esse prazo, a Ditec não possui mais responsabilidade pela manutenção dos dispositivos, nem pela segurança dos dados armazenados.
Investimento e Implementação
Em 2018, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina repassou R$ 6,2 milhões à Polícia Militar para implementar o projeto das câmeras corporais. Foi o único repasse para o programa. A PM afirma que vai iniciar ‘de imediato’ um estudo para buscar uma solução, mas não deu prazos. O estudo deverá apresentar uma nova alternativa de financiamento e manutenção das câmeras, diz a corporação.
No Brasil, ao menos sete estados têm PMs que usam câmeras na farda: São Paulo, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e Rondônia. O Paraná deve iniciar seu programa a partir de fevereiro. Em maio, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criou diretrizes para o uso de câmeras corporais em uniforme da polícia. A implementação de câmeras de uniforme é uma tendência crescente no país, mas a experiência de Santa Catarina destaca a importância de investir em equipamentos de qualidade e garantir a manutenção adequada para evitar problemas de segurança e eficácia.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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