Leonardo Porto fala sobre os desafios da inflação retornar à meta com PIB em alta, ruído fiscal e troca no Banco Central. Taxa Selic e expectativas são pontos importantes a serem considerados.
No mês de setembro do último ano, Leonardo Porto, economista-chefe do Citi Brasil, alertou sobre a necessidade de ações diante do cenário de corte de juros. Para ele, era importante analisar as perspectivas com cautela, pois a situação econômica apresentava desafios. O mercado, por sua vez, mantém a expectativa positiva de que a redução de juros continue, mesmo diante das previsões mais conservadoras.
Enquanto alguns especialistas como Leonardo Porto destacam os possíveis obstáculos para um corte de juros mais agressivo, outros analistas enxergam com bons olhos a atual fase de Selic baixa. A expectativa é de que as taxas permaneçam em queda, impulsionando a economia e beneficiando diversos setores. O cenário de corte de juros pode trazer novas oportunidades e movimentar o mercado de forma positiva.
O cenário econômico e o corte de juros
O boletim Focus, que traz a mediana das previsões dos economistas ouvidos pelo Banco Central, está em 9% ao ano. Mas há quem coloque a taxa básica de juros perto de 8%. Você junta o mercado de trabalho apertado, que deve apertar mais ainda dado o cenário de atividade econômica, a inflação que já está rodando acima do centro da meta, próximo do teto, com um quadro onde as expectativas para o médio e o longo prazos estão desancoradas do centro da meta. O Banco Central vai ter dificuldade para cortar a taxa de juros e até justificar a continuidade do corte de juros.
Desafios para a redução de juros
O economista-chefe do Citi Brasil chama a atenção para dois pontos assimétricos que têm tudo para contribuir com uma redução mais cautelosa da Selic. A indicação da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de que a revisão da meta fiscal está na mesa. Para Porto, a alta do dólar nos últimos dias para a casa de R$ 5 e R$ 5,05 são sinais desse ruído doméstico. O outro ponto que vai mexer com o mercado é a primeira troca de mandato do presidente do Banco Central após independência da autarquia federal. Embora ainda seja muito cedo para falar de nomes, o mercado financeiro já mexe as suas peças nesse xadrez que envolve política e economia.
A análise sobre a Taxa Selic
Entre os economistas, como mostra a entrevista a seguir, existe uma visão mais cautelosa em relação ao ciclo de corte de juros. A primeira avaliação é baseada nas condições iniciais do mercado de trabalho, que aponta para pressões salariais latentes que podem dificultar a construção de uma inflação abaixo de 3%. Além disso, a perspectiva de crescimento da economia brasileira está atrelada a um cenário prospectivo complexo, onde fatores como a aceleração do mercado de trabalho devem se destacar.
Expectativas e cenário futuro
Com o mercado de trabalho em expansão e pressões inflacionárias persistentes, o Banco Central se vê diante de desafios na condução da política monetária. Mesmo com um histórico de cortes de juros, a complexidade do cenário econômico nacional e internacional pode implicar em uma interrupção nesse processo. As expectativas dos analistas e as projeções de inflação se mostram desafiadoras, colocando em xeque a continuidade do corte de juros.
A atuação do Banco Central e a política monetária
O Banco Central tem buscado uma calibragem precisa da sua política monetária, o que reflete em decisões cautelosas em relação aos cortes de juros. A sintonia fina na condução da taxa Selic tem sido uma estratégia adotada para lidar com um cenário econômico volátil e desafiador. A expectativa em torno da Selic terminal gira em torno de 10%, refletindo a complexidade do ambiente econômico atual.
Fonte: @ NEO FEED
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