Estádio em abandono, em área do entorno da Arena, devido a imbróglio sem fim entre Grêmio, Prefeitura de Porto Alegre e empresas privadas sobre gestão e projeto de lei.
No dia 19 de outubro de 1954, o Grêmio inaugurava sua segunda casa com uma vitória convincente por 2 a 0 sobre o Nacional, de Montevidéu, em um amistoso que marcou a história do clube. O Estádio Olímpico foi o palco desse momento memorável, e agora, após 70 anos, o local encontra-se em um estado de abandono que causa tristeza em todos os torcedores.
O futuro do Velho Casarão é incerto, e a indefinição sobre o que acontecerá com o local é um tema que preocupa os fãs do Grêmio. O Estádio Olímpico, que já foi um símbolo de orgulho e glória para o clube, agora se encontra em ruínas, um lembrete constante do que foi perdido ao longo dos anos. A memória do passado ainda é forte, mas é hora de pensar no futuro e encontrar uma solução para preservar a história do clube.
O Olímpico: Um Estádio Abandonado
O cenário de demolição do Olímpico, localizado no bairro Azenha, nos arredores de Porto Alegre, é um contraste marcante com as celebrações pelos 121 anos do Tricolor. O estádio, conhecido como o ‘Velho Casarão’, está abandonado há mais de 10 anos, e a implosão prometida nunca aconteceu. O imbróglio que envolve o Grêmio, a Prefeitura de Porto Alegre, a OAS e a Karagounis mantém o estádio de pé, envolto de mato e entulhos espalhados.
O acordo original previa a troca de propriedades, onde o Grêmio entregaria o Olímpico à Karagounis, empresa financiada pelo fundo de investimento do FGTS e administrada pela Caixa Econômica Federal, e a OAS repassaria a Arena ao clube. No entanto, as dívidas a respeito da construção do novo estádio, incluindo obras no entorno, impediram a troca das chaves. O negócio firmado pelo antigo presidente Paulo Odone não foi aprovado na gestão seguinte, pelo presidente Fábio Koff, que começou a renegociar com a OAS para antecipar a entrega da gestão da Arena.
O Impasse Continua
A Prefeitura de Porto Alegre afirma nunca ter sido procurada pela OAS para resolver as obras no entorno da Arena e a situação do Olímpico. O prefeito Sebastião Melo chegou a ameaçar a desapropriação do Monumental e estipulou março deste ano como prazo para resolver a questão. No entanto, o tema não avançou e o projeto de lei, discutido há dois anos, nunca foi votado. A Karagounis se diz pronta, juntamente com o Grêmio, para fazer a troca das chaves, mas o Banrisul e o fundo de investimento REAG precisam permitir que se levante a alienação fiduciária.
Em uma reunião recente entre as partes envolvidas, o governo federal, na figura do ministro Paulo Pimenta, fez uma proposta para resolver o imbróglio. Em decorrência das enchentes de maio, a União disponibilizou R$ 770 milhões para obras de macrodrenagem na capital gaúcha, o que poderia abranger o entorno da Arena. A proposta prevê que o governo federal realize as obras no entorno da Arena e que o Ministério Público retire a ação junto a OAS e Karagounis. Assim, o Grêmio entregaria as chaves do Olímpico e caberia à Prefeitura de Porto Alegre cobrar das empresas o recurso para as obras no terreno do Monumental.
Um Novo Capítulo para o Olímpico
A catástrofe natural que atingiu o Rio Grande do Sul em maio fez o Olímpico voltar a funcionar e mudar o cenário de 10 anos em uma realidade de total abandono. O estádio gremista serviu como base para recebimento de donativos de todo o Brasil e foi um dos principais pontos de coleta da capital gaúcha. Nas últimas semanas, o Grêmio incluiu o Olímpico na programação de festividades do aniversário de 121 anos do clube. O local vai receber uma festa para os torcedores no dia 28 de setembro, já que a Arena não estaria disponível. Uma área de mais de 11 mil metros quadrados está sendo preparada no antigo campo suplementar para receber um evento que promete ser inesquecível.
Fonte: © GE – Globo Esportes
Comentários sobre este artigo