Famílias denunciam uso de drones e bloqueadores de sinal durante operação em Campos; Polícia aborda Assentamento Josué de Castro, mobilizando mais de 100 para reintegração de posse.
O assentamento rural e a questão dos assentamentos continuam sendo temas de grande relevância e debate, principalmente quando se trata das ações das forças de segurança em áreas de reforma agrária. Recentemente, uma situação envolvendo a atuação da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, gerou críticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Uma foto que circulou nas redes sociais mostrou a presença de agentes em uma área rural, interagindo com moradores em um potencial assentamento.
É fundamental garantir o respeito aos direitos dos trabalhadores rurais e às famílias que buscam assentamentos adequados e seguros para viver e produzir. A tensão em torno das ocupações de terra e das áreas de reforma agrária exige um diálogo aberto e respeitoso entre todos os envolvidos, visando soluções que beneficiem a coletividade. A preservação dos assentamentos é essencial para promover a justiça social e o desenvolvimento sustentável nas zonas rurais do país.
Operação em Campos: Conflito nos Assentamentos Rurais
De acordo com informações recentes, mais de dez viaturas foram mobilizadas no Assentamento Josué de Castro, área regularizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde 2007. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou intimidações contra famílias assentadas, acompanhadas pelo uso de drones e bloqueadores de sinal de celular. Este incidente ocorreu logo após o Ministério Público Federal (MPF) anunciar que está investigando ações policiais consideradas desproporcionais em assentamentos de reforma agrária na região de Campos dos Goytacazes.
A dirigente do MST e deputada estadual Lucia Marina dos Santos, conhecida como Marina do MST, expressou sua preocupação com a situação, tentando estabelecer contato com as famílias no assentamento em Campos, mas encontrando dificuldades de comunicação devido ao sinal bloqueado. A ausência de diálogo levantou questionamentos sobre a abordagem da Polícia Militar na região, levando a deputada a compartilhar sua perplexidade nas redes sociais.
Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar, uma operação foi realizada na região do Morro do Coco para garantir a segurança e a ordem diante de possíveis invasões ilegais a propriedades locais. Equipes do 8º Batalhão de Polícia Militar e da 146ª Delegacia da Polícia Civil atuaram com base em informações estratégicas, visando orientar suas ações durante a operação em Campos.
Até o momento, não foram divulgadas informações sobre detenções ou resultados desta ação. O silêncio em torno dos desdobramentos da operação alimenta a tensão existente no local, especialmente em meio ao início da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária anunciada pelo MST. A jornada, que visa reforçar a importância da reforma agrária, coincide com o aniversário do Massacre de Eldorado do Carajás, um trágico episódio de violência policial ocorrido em 1996.
Neste contexto, aproximadamente 300 famílias realizaram uma ocupação às margens da BR-101 em Campos dos Goytacazes, demandando a conclusão do processo de regularização do assentamento Cícero Guedes, habitado por trabalhadores rurais há mais de duas décadas. Além disso, os manifestantes criticaram a atuação das forças de segurança na região, acusando-as de favorecer proprietários rurais em prejuízo dos assentados.
O MST destacou que agentes públicos tentavam restringir direitos fundamentais, como a liberdade de associação e a realização de reuniões, desconsiderando a reforma agrária como um direito constitucional. Dados do Cadastro Único revelam a vulnerabilidade social de mais de 236.525 pessoas em Campos dos Goytacazes, ressaltando a urgência de políticas que promovam a inclusão e a justiça social nos assentamentos da região.
Fonte: @ Agencia Brasil
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