Ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco, está preso desde março de 2019, com delação homologada pelo STF.
O ex-policial militar Ronnie Lessa revelou que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão consideravam Marielle Franco uma ameaça à expansão e aos negócios dos milicianos. Em sua delação, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lessa admitiu ter sido o responsável pela morte de Franco e apontou os irmãos Brazão como os mandantes do crime.
A vereadora Marielle Franco era conhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos e das minorias. Sua morte chocou o país e levantou questionamentos sobre a segurança de ativistas políticos. A justiça agora busca esclarecer completamente o caso e garantir que a memória de Franco seja honrada.
Marielle Franco: Revelações da Delação Homologada no Fantástico
No último domingo, 26, o programa Fantástico, da TV Globo, trouxe à tona trechos impactantes da delação homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O ex-policial militar Ronnie Lessa, atualmente detido desde março de 2019, revelou detalhes chocantes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Segundo Lessa, o mandante por trás do crime buscava a regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, sem respeitar os critérios de área de interesse social. O objetivo era obter o título de propriedade para fins de especulação imobiliária. A vereadora Marielle Franco, conhecida por sua atuação em defesa das comunidades, foi vista como um obstáculo nesse plano.
Em suas declarações, Ronnie Lessa mencionou que Marielle teria convocado reuniões com lideranças comunitárias para discutir a questão, visando impedir a expansão de loteamentos ligados à milícia. O ex-policial militar afirmou que a presença de Marielle representava um empecilho para os interesses do grupo envolvido na regularização do condomínio.
Além disso, Lessa revelou que ele próprio seria um dos proprietários do empreendimento, estimando que o negócio poderia gerar até R$ 100 milhões em lucros. Ele mencionou atividades ilegais que seriam exploradas no local, como a venda de serviços clandestinos e a manutenção da milícia para garantir apoio político.
Em um relato perturbador, Ronnie Lessa admitiu ter participado de reuniões com figuras influentes, como Chiquinho e Domingos Brazão, para planejar o assassinato de Marielle Franco. No entanto, a Polícia Federal não conseguiu confirmar esses encontros, que teriam ocorrido em 2018.
Chiquinho Brazão, deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, foram presos no âmbito da Operação Murder Inc, da Polícia Federal, em março deste ano. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia contra os irmãos Brazão por homicídio e organização criminosa.
Em uma reviravolta recente, o procurador-geral Paulo Gonet solicitou ao STF a definição de uma indenização para os familiares de Marielle Franco e Anderson Gomes. Essa medida busca trazer justiça e reparação diante da tragédia que abalou o país.
As revelações feitas por Ronnie Lessa no Fantástico colocam em evidência os bastidores sombrios que envolveram o assassinato da vereadora Marielle Franco, revelando uma trama complexa de interesses obscuros e poder corrupto. A busca por justiça e verdade continua, em meio a um cenário de impunidade e violência que assola a sociedade brasileira.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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