Discute-se em 2022 sobre asegunda perseguição e ofensa dolosa em um artigo de opinião. Limites da narrativa colidem: crítica ideal, retaliatório queria deitá-lo no chão.
O Ministério Público de São Paulo solicitou à Justiça a punição do repórter Luiz Oliveira pelos delitos de calúnia e difamação em relação à senadora Fernanda Silva. Oliveira foi alvo de perseguição por Silva em 2023, quando a senadora o seguiu com uma arma pelas ruas de Brasília, após um debate político acalorado, às vésperas das eleições estaduais.
No segundo parágrafo, é importante destacar a gravidade do perseguimento e a necessidade de combater qualquer forma de assédio ou perseguição no ambiente político. A liberdade de expressão não deve ser confundida com atos de harassment e violência, e é fundamental garantir a segurança e integridade de todos os profissionais da imprensa.
Segunda Perseguição e Ofensa Dolosa
Após o episódio, o repórter teria escrito uma coluna sobre o incidente, mencionando que Zambelli ‘lidera uma seita de extremistas de direita’ e que ‘continua cometendo atrocidades’. Em outro trecho, ele alega que Carla Zambelli faz parte de uma ‘direita radical mesquinha, malévola e que promove a morte’. Em decorrência do texto, a parlamentar entrou com uma queixa-crime contra Luan, e o Ministério Público se opôs ao processo. Agora, em uma mudança de postura, o promotor Roberto Bacal emitiu um parecer contrário ao jornalista. O MP/SP defende a condenação do jornalista Luan Araújo, que foi ameaçado com uma arma por Zambelli. O advogado Renan Bohus, representante de Luan, alega que não há novidades. Em entrevista ao jornal Estadão, ele expressou surpresa com a posição do MP. ‘Trata-se de uma segunda perseguição a Luan. Ele já foi perseguido com uma arma de fogo. Agora, está sendo perseguido judicialmente.’ A coluna escrita pelo jornalista foi retirada por ordem judicial, aguardando o desfecho do processo.
Retaliação e Crítica na Narrativa
No parecer, o promotor alega que ‘desde o início do desentendimento, houve uma ofensa gratuita e dolosa contra a deputada’. Segundo Bacal, após o primeiro ataque, Luan teria voltado a atacar a parlamentar em um ‘texto fundamentado em retaliação e ofensa, diante de uma situação particular, não sendo aceitável que o réu, sob o pretexto da imunidade jornalística, ofendesse a vítima de forma desproporcional’. Além disso, o promotor afirma que houve exagero na linguagem do artigo, pois ‘são acusações que, em teoria, prejudicam a honra subjetiva e objetiva da querelante e, portanto, ultrapassam os limites da crítica narrativa sobre um desentendimento entre as partes’. Em sua defesa à Justiça, Luan Araújo argumentou que não cometeu nenhum crime com a publicação do artigo e apenas exerceu sua profissão, respaldado pela liberdade de expressão. O processo ainda aguarda julgamento.
Perseguição e Limite dos Ideais
Relembrando o incidente de 29 de outubro de 2022, a deputada federal Carla Zambelli, apoiadora de Bolsonaro, sacou uma arma e perseguiu um homem negro em São Paulo. Em um vídeo, é possível ver as pessoas correndo e a deputada com a arma em punho, gritando e ordenando que o homem se deitasse no chão. A situação se intensificou quando o policial militar que acompanhava a deputada disparou sua arma. A perícia posterior concluiu que o disparo foi acidental. Zambelli defendeu suas ações, alegando que agiu em ‘defesa da honra’ e afirmou ter sido empurrada pelo homem, o que foi contestado por vídeos gravados por testemunhas.
Fonte: © Migalhas
Comentários sobre este artigo