A 1ª Vara do Júri de São Paulo aceitou denúncia contra Natalia Becker pela morte de Henrique, relacionada a procedimento estético e riscos.
A 1ª Vara do Júri de São Paulo acolheu a denúncia contra a influenciadora Natalia Fabiana de Freitas, popularmente chamada de Natalia Becker, relacionada à morte de Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, em função da realização de um procedimento estético denominado peeling de fenol. O caso está sendo tratado em segredo de justiça.
O peeling é um método que visa melhorar a aparência da pele, mas é fundamental que seja realizado com cautela e por profissionais qualificados. O tratamento estético, como o peeling de fenol, pode trazer resultados positivos, mas também apresenta riscos que devem ser considerados antes da aplicação. A segurança é primordial em qualquer procedimento estético.
Acusações Contra Natalia Becker
Natalia Becker enfrenta sérias acusações relacionadas à realização de um procedimento estético sem a devida habilitação. O Ministério Público a denunciou por homicídio qualificado, alegando motivos torpes. De acordo com a nota divulgada pelo MP, o promotor destacou que a mulher se apresentava nas redes sociais como uma profissional de estética, mas, mesmo sem a habilitação necessária, começou a realizar uma série de procedimentos, incluindo o peeling de fenol. Ao visitar o estabelecimento da ré, a vítima não foi adequadamente informada sobre os riscos associados, especialmente os riscos cardíacos, da aplicação do fenol, que é uma substância altamente tóxica.
Indução ao Erro e Consequências
Além disso, Henrique Chagas foi induzido a erro, recebendo informações equivocadas de que não era necessário realizar nenhum exame de saúde antes da realização do peeling. Infelizmente, o homem faleceu no local devido a um edema pulmonar agudo, que foi desencadeado pela inalação do fenol, conforme apontado no laudo de exame necroscópico. A morte de Chagas ocorreu no dia 3 de junho deste ano, e o inquérito foi finalizado pelo 27º Distrito Policial, localizado no Campo Belo, Zona Sul de São Paulo, em 19 de agosto. A Secretaria de Segurança Pública paulista informou que a autoridade policial analisou o laudo pericial e confirmou que a morte da vítima foi causada por um edema pulmonar agudo resultante da inalação de fenol. A responsável pela clínica foi indiciada por homicídio por dolo eventual, uma vez que assumiu o risco de causar a morte.
Impacto e Mudanças na Regulamentação
Este trágico caso motivou uma mudança nas regras relacionadas ao uso de substâncias perigosas em procedimentos estéticos. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) solicitou a regulamentação e fiscalização rigorosa do uso de substâncias que possam representar riscos em procedimentos estéticos, enfatizando que tais práticas devem ser restritas a profissionais habilitados na área da saúde. O Cremesp especificou que substâncias como o fenol, preenchedores e outros procedimentos de risco devem ser manuseados exclusivamente por médicos ou por profissionais devidamente capacitados e regulamentados.
Decisões da Anvisa
Além disso, o Cremesp pediu que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendesse a venda do fenol para profissionais não médicos. Quatro dias após essa solicitação, a Anvisa tomou a decisão de proibir a venda e o uso desse tipo de produto não regulamentado por qualquer profissional, publicando uma resolução no dia 25 de junho deste ano. Essas ações visam proteger a saúde pública e garantir que procedimentos estéticos sejam realizados de maneira segura e responsável. Com informações da Agência Brasil.
Fonte: © Conjur
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