Cimi afirma que policiais militares são autores dos disparos contra o povo Indígena Nhanderu, em ação que desafia o Conselho Indigenista Missionário e o Coletivo de Solidariedade, demonstrando a Força Nacional em ação na Coordenação Regional da Terra.
Na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, localizada no município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul, um trágico evento ocorreu na quarta-feira (18), resultando na morte do jovem Neri Guarani Kaiowá, que foi alvejado com um tiro na cabeça. A tragédia aconteceu durante um processo de retomada na Fazenda Barra, onde indígenas estavam lutando por seus direitos.
As suspeitas apontam para a participação de policiais militares nos disparos que atingiram outros indígenas, utilizando balas de borracha e munição letal. Esse incidente é mais um exemplo da luta constante dos povos indígenas, como os Guarani Kaiowá, que enfrentam desafios para proteger suas terras e comunidades. A situação é um lembrete da importância de respeitar e proteger os direitos dos indígenas e suas comunidades, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e seus direitos sejam respeitados. A luta pela justiça e igualdade continua.
Conflito na Terra Indígena Nhanderu Marangatu
A comunidade indígena denunciou ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi) as agressões sofridas nos últimos dias. O estopim para os ataques foi a visita da Missão de Direitos Humanos organizada pelo Coletivo de Solidariedade e Compromisso aos Povos Guarani, que passou pela Terra Indígena (TI) Panambi, habitada pelos povos guarani e kaiowá, que abrange os municípios de Itaporã (MS) e Douradina (MS). De acordo com a entidade, o episódio desta quarta-feira deixou pelo menos uma mulher ferida por projétil de arma de fogo, que foi encaminhada a um hospital de Ponta Porã (MS). Outras duas pessoas foram feridas por balas de borracha e houve a destruição de barracos durante a retomada.
Segundo o Cimi, a Força Nacional não estava presente no local durante os ataques. Ainda segundo o Cimi, as arremetidas começaram na madrugada por policiais que arrastaram o corpo de Neri para um pedaço de mata. A ação dos policiais gerou revolta entre os indígenas, que passaram a avançar para o local em que o corpo foi levado. Novos confrontos se estabeleceram, mas os policiais seguiram com a decisão de afastar o corpo dos Guarani e Kaiowá.
Reações e Medidas
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) encaminhou nota, expressando indignação e compromisso em garantir que a violência cesse imediatamente e que os responsáveis sejam punidos. A autarquia afirma que acionará o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) para adotar todas as medidas legais cabíveis. O conflito também tem sido monitorado por meio da Coordenação Regional em Ponta Porã (CR-PP). O órgão indigenista já se reuniu com o juiz responsável pelo caso, solicitando providências urgentes sobre a atuação da polícia na área.
A Funai também informa que, na terça-feira (18), realizou uma reunião com diversas instâncias, incluindo a CR-PP, a Diretoria de Proteção Territorial (DPT), a Coordenação-Geral de Identificação e Delimitação (CGID), a Procuradoria Federal Especializada junto à Funai, a Consultoria Jurídica do Ministério dos Povos Indígenas (Conjur MPI) e a Procuradoria-Geral Federal (PGF). Na oportunidade, foram definidos encaminhamentos urgentes, como a solicitação da presença constante da Força Nacional na área. A Fundação reitera que tais atos são inaceitáveis e que está mobilizando todos os esforços para salvaguardar os direitos e a segurança dos povos indígenas da região.
Fonte: @ Agencia Brasil
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