Governador Rafael Fonteles sanciona lei para instituir campanha “Idosos Órfãos de Filhos Vivos” em instituições de longa duração, especialmente em momento de chamar à atenção.
📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter. O período da idade avançada pode ser para muitos um momento especial em que espera-se passar mais tempo ao lado dos filhos, dos netos e, quem sabe, dos bisnetos. Entretanto não é isso que acontece. Como forma de chamar atenção ao tema, o governador Rafael Fonteles sancionou a lei que que institui a campanha ‘Idosos Órfãos de Filhos Vivos’.
O cuidado com o idoso é fundamental para garantir sua qualidade de vida. Muitas vezes, o ancião se vê sozinho, sem a companhia da família. Por isso, iniciativas como a campanha ‘Idosos Órfãos de Filhos Vivos’ são essenciais para promover a inclusão e o bem-estar dos idosos em nossa sociedade. É importante lembrar que a valorização do idoso é responsabilidade de todos.
‘Idoso’ no centro da atenção
O texto foi divulgado no Diário Oficial do Estado em 11 de julho. A matéria especial, exibida no programa Piauí no Ar, entrevistou o corretor de imóveis aposentado, Newton Brito, de 66 anos. Ele compartilhou que, há uma década, foi abandonado pela família após ser diagnosticado com neuropatia. Antes da enfermidade, Newton era uma pessoa ativa, trabalhava como corretor de imóveis. Ele menciona que adorava trabalhar e se dedicava à sua família. No entanto, com o diagnóstico, viu-se cada vez mais solitário e desamparado. A doença o impediu de continuar trabalhando e afetou sua situação financeira. ‘Antes desse problema de neuropatia surgir, eu era alguém que vivia para o trabalho, dedicado à família, mas então a neuropatia apareceu. Não pude mais trabalhar. E percebi que eles começaram a se afastar. Minha esposa saiu de casa sem motivo, depois meus filhos foram morar com ela, e eu fiquei aqui sozinho. Uma das razões para eu ficar sozinho foi não poder proporcionar o mesmo padrão de vida para eles’, desabafa.
Desafios em abrigos para idosos
Atualmente, o Piauí abriga mais de 200 idosos em instituições de longa duração. Esse abandono se manifesta em um aspecto material, onde a lei obriga os filhos a cuidarem dos idosos. Diante do grande número de abandonos, relata a diretora do abrigo São Lucas, Liliane Alves, tanto instituições públicas quanto privadas em Teresina enfrentam dificuldades financeiras para manter os idosos. Para destacar o tema, o governador Rafael Fonteles sancionou a lei que estabelece a campanha ‘Idosos Órfãos de Filhos Vivos’. ‘Infelizmente, as instituições de longa permanência para idosos estão lotadas. Sabemos que a realidade é dura, pois há uma lista de espera, a demanda é alta e não há espaço para esses idosos viverem. Com a pandemia, as doações diminuíram consideravelmente, as instituições tiveram que fazer contratações específicas, tudo mudou’, afirma a diretora.
Vulnerabilidade psicológica em idosos
Muitos idosos que perdem o contato com a família acabam desenvolvendo depressão e ansiedade, entrando em um estado de vulnerabilidade psicológica. A psicóloga Amparo Silva destaca que a falta de apoio familiar contribui significativamente para o adoecimento. ‘A interrupção desse vínculo com os filhos e com o ambiente familiar é praticamente um caminho certo para a doença. Quando esse ambiente é rompido, há um esvaziamento de sentido na vida do idoso. Quando me vejo sem pertencer a um ciclo familiar, tudo vai perdendo o sentido’, explica.
Fonte: © A10 Mais
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