Tempo médio de espera na fila de cirurgias eletivas durante a pandemia da covid-19 é de 194 dias.
O aumento da demanda por um transplante de córnea no Brasil é evidente, com um crescimento significativo no número de pacientes aguardando o procedimento nos últimos anos. De acordo com informações recentes do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a fila de espera saltou de 10.734 em 2014 para 28.937 em junho de 2024. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais se destacam, concentrando aproximadamente 12,5 mil pacientes aguardando por um transplante de córnea.
A realização de uma cirurgia de córnea é crucial para muitos desses pacientes, que aguardam ansiosamente por uma oportunidade de melhorar sua qualidade de vida. O procedimento de córnea é essencial para restaurar a visão e proporcionar uma nova perspectiva aos indivíduos afetados. A operação de córnea representa não apenas uma intervenção médica, mas também a esperança de um futuro mais brilhante para aqueles que enfrentam desafios visuais. A conscientização sobre a importância do transplante de córnea é fundamental para garantir que mais pessoas tenham acesso a esse tratamento vital.
Impacto da Pandemia da Covid-19 na Fila de Espera por Transplante de Córnea
Em comunicado, a entidade analisa que a pandemia da covid-19 teve um impacto significativo nos procedimentos cirúrgicos eletivos. O aumento mais expressivo na fila de espera por um transplante de córnea foi observado precisamente em 2020, quando o total saltou de 12.212, em 2019, para 16.337, representando um crescimento de 33%. Nos anos subsequentes, a lista de espera por um transplante de córnea continuou a crescer: 20.134 em 2021; 23.946 em 2022; e 26.905 em 2023. Esses dados são referentes ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às redes privada e suplementar.
Além da interrupção de cirurgias eletivas durante a pandemia, o CBO menciona a escassez de doadores e melhorias na gestão de transplantes. Entre 2014 e junho de 2024, um total de 146.534 pacientes passaram por transplante de córnea. Atualmente, a Região Sudeste lidera em número de pacientes na fila de espera ao longo dos anos, com São Paulo ocupando o primeiro lugar. No estado, a fila teve um aumento considerável, especialmente entre 2019 (2.835) e 2023 (4.587).
No Rio de Janeiro, houve um crescimento expressivo da fila entre 2021 (2.898) e 2023 (4.274), representando quase 50% em apenas dois anos. Rio Grande do Sul e Pernambuco também registraram um avanço rápido no número de pacientes aguardando por um transplante de córnea. O primeiro passou de 52 em 2014 para 1.299 em 2023, enquanto o segundo aumentou de 86 para 1.272 no mesmo período.
Em contrapartida, no Ceará e no Amazonas, a lista de espera por um transplante de córnea teve uma redução significativa de 67% e 77%, respectivamente, ao longo do período analisado. Amapá e Roraima não forneceram dados durante a análise. Quanto ao tempo de espera para os transplantes, a média nacional é de 194 dias, pouco mais de 6 meses.
Dos 26 estados e o Distrito Federal, Maranhão (595 dias) e Pará (594 dias) lideram o ranking com maior tempo de espera, ambos com cerca de 19 meses. Por outro lado, Ceará, Paraná e Pernambuco apresentam os menores tempos de espera, com 63, 119 e 121 dias, respectivamente. O modelo atual tem gerado distorções na assistência, como filas onde pacientes aguardam anos por atendimento. Casos extremos incluem pacientes que esperaram 190 meses, ou seja, 16 anos, para realizar uma cirurgia de transplante de córnea, como ocorreu no Rio de Janeiro.
O CBO estima que seria necessário quase dobrar a capacidade anual de transplantes para zerar a fila de espera por transplantes de córnea. No ano passado, o país realizou 16.027 procedimentos, um aumento significativo em comparação aos anos anteriores, porém ainda insuficiente para atender à crescente demanda. Em 2024, até junho, foram contabilizados 8.218 transplantes de córnea, com quase 3 mil deles realizados em São Paulo. Atualmente, o Brasil possui 651 equipes capacitadas para realizar transplantes de córnea, distribuídas em 429 serviços habilitados.
Fonte: @ Agencia Brasil
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