Equipe de astrônomos detectou, pela primeira vez, quente plasma em região de mergulho da borda de um buraco negro, onde material em órbita se perdia. (147 caracteres)
Albert Einstein estava correto: há uma região na fronteira dos buracos negros onde a matéria não consegue mais permanecer em órbita e, em vez disso, é atraída, conforme previsto por sua teoria da gravidade. Por meio de telescópios capazes de captar raios-X, um grupo de astrônomos identificou pela primeira vez essa região — conhecida como ‘zona de queda’ — em um buraco negro situado a aproximadamente 10 mil anos-luz da Terra.
Além disso, a observação dessa ‘zona de queda’ nos proporciona uma visão fascinante sobre o comportamento gravitacional em torno do buraco negro, revelando detalhes intrigantes sobre a formação de aglomerados de matéria e a presença de estruturas em espiral em seu entorno. Essa descoberta representa um marco significativo na compreensão dos fenômenos gravitacionais em escalas cósmicas, ampliando nosso conhecimento sobre a natureza desses objetos misteriosos no universo.
Descobertas recentes sobre buracos negros e suas regiões misteriosas
‘Temos evitado explorar essa região devido à falta de dados,’ afirmou o cientista Andrew Mummery, líder do estudo divulgado recentemente na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. ‘Agora, com os dados em mãos, não podemos mais ignorá-la.’ O Telescópio James Webb revela atmosfera em exoplaneta rochoso pela primeira vez, enquanto uma nova imagem mostra uma ‘mão fantasmagórica’ na Via Láctea.
Uma simulação imersiva da Nasa nos leva a um mergulho fascinante em um buraco negro, destacando a importância desses fenômenos na confirmação da teoria da relatividade geral de Einstein. A primeira imagem de um buraco negro, capturada em 2019, reforçou a ideia de que a gravidade é a curvatura do espaço-tempo pela matéria.
‘O buraco negro é como a borda de uma cachoeira,’ comparou Mummery, descrevendo o MAXI J1820 + 070, um sistema com uma estrela menor que o sol e um buraco negro de 7 a 8 massas solares. Astrônomos usaram os telescópios NuSTAR e Nicer da Nasa para estudar como o gás quente, ou plasma, da estrela é atraído pelo buraco negro.
O NuSTAR, que orbita a Terra, e o Nicer, na Estação Espacial Internacional, revelaram a intrigante ‘região de mergulho‘ ao redor do buraco negro. ‘Existem discos de material em órbita, provenientes de estrelas próximas,’ explicou Mummery. ‘Enquanto a maior parte é estável, a região de mergulho é como a borda de uma cachoeira, onde tudo desaparece e você está em queda livre.’
Diferente do horizonte de eventos, que impede a fuga de luz e radiação, na ‘região de mergulho’ ainda é possível observar a luz. Essas descobertas desafiam conceitos antigos e nos levam a explorar os mistérios dos buracos negros e suas influências gravitacionais no universo.
Fonte: © CNN Brasil
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