Estudo recente publicado no Journal of the American Geriatrics Society indica que gerenciar o estresse pode reduzir o risco de demência em diferentes níveis de ansiedade; Brasil lidera lista mundial.
Uma pesquisa recente divulgada no Journal of the American Geriatrics Society revelou que a ansiedade pode aumentar significativamente a probabilidade de desenvolver demência. Realizado por especialistas australianos, o estudo é inovador ao investigar a ligação entre diversos graus de ansiedade e a predisposição à demência ao longo dos anos.
Além disso, o trabalho também apontou que o nervosismo e a inquietação podem estar associados a um maior risco de problemas cognitivos. Esses resultados ressaltam a importância de abordar não apenas a ansiedade, mas também outras formas de apreensão para preservar a saúde mental e cerebral a longo prazo.
Estudo sobre a relação entre ansiedade e demência longa
Um estudo recente publicado no Journal of the American Geriatrics Society analisou a ligação entre diferentes níveis de ansiedade e o risco de demência longa. Os pesquisadores recrutaram mais de 2.000 participantes com idades entre 60 e 81 anos para o estudo, coletando dados de saúde, incluindo histórico de tabagismo, consumo de álcool e condições como hipertensão e diabetes.
Durante as três avaliações realizadas com intervalos de cinco anos, a ansiedade dos participantes foi medida, revelando que 64 indivíduos desenvolveram demência ao longo do estudo. A ansiedade crônica e a de início recente foram identificadas como fatores de risco significativos, associados a um aumento de quase três vezes no risco de demência.
Surpreendentemente, a ansiedade resolvida nos primeiros cinco anos não mostrou associação com um maior risco de demência, indicando que o tratamento eficaz da ansiedade pode reduzir esse risco. A maioria dos casos de demência foi observada em participantes com menos de 70 anos, sugerindo um impacto mais profundo da ansiedade em idades mais jovens.
De acordo com o estudo Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brasil) de 2023, quase 2 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais são diagnosticados com demência, representando 5,8% da população. Além disso, 2,7 milhões de brasileiros nessa faixa etária apresentam comprometimento cognitivo, sem desenvolver demência, totalizando 8,1% da população.
A ansiedade é um problema crescente em todo o mundo, afetando mais de 260 milhões de pessoas, com o Brasil liderando com 9,3% da população ansiosa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Além disso, 86% dos brasileiros enfrentam transtornos mentais, como ansiedade e depressão.
O estudo sugere que a ligação entre ansiedade e demência pode ser explicada pela relação com doenças vasculares e seus efeitos prejudiciais nas células nervosas. O aumento do cortisol e da inflamação no cérebro devido ao estresse, juntamente com o acúmulo de beta-amiloide associado à ansiedade, são fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da demência.
Fonte: @ Veja Abril
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