Apuração encontrou 220 transferências suspeitas, 160 para conta de ex-servidora. Investigada disposta a esclarecer.
As malversações de recursos destinados à pesquisa no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, descobertas em janeiro deste ano, podem atingir o montante de R$ 1,9 milhão, conforme investigação realizada internamente pela instituição.
O desfalque financeiro proveniente dos desvios de fundos do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, divulgado no início deste ano, está sendo avaliado em até R$ 1,9 milhão, de acordo com levantamento interno da universidade.
Investigação de desvio de verbas na Unicamp
A funcionária sob suspeita, Ligiane Marinho de Ávila, foi demitida em dezembro de 2023 e está sob investigação desde fevereiro deste ano pela Polícia Civil. Segundo informações apuradas, a Unicamp identificou aproximadamente 220 transferências bancárias suspeitas realizadas pela servidora. Ligiane era encarregada de cuidar dos pagamentos dos recursos obtidos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para os pesquisadores do Instituto de Biologia.
Apuração interna e transferências suspeitas
O advogado Rafael de Azevedo, representante de Ligiane, foi informado sobre o inquérito na última segunda-feira (27) e afirmou que sua cliente ainda não foi notificada para prestar esclarecimentos. A Unicamp declarou que os fatos estão sendo investigados em uma Sindicância Administrativa e que tomará as medidas cabíveis após a conclusão do processo.
A maioria das transferências suspeitas, cerca de 160, foi direcionada para a conta da própria servidora, totalizando R$ 1,2 milhão. Os outros 700 mil foram transferidos para duas empresas e duas pessoas físicas também envolvidas na investigação da Polícia Civil. As transferências ocorreram entre setembro de 2018 e janeiro de 2024, com valores variando entre R$ 400 e R$ 80 mil cada.
Desfalque financeiro e malversações de fundos
Na última terça-feira (21), a Polícia Civil solicitou à Justiça a prorrogação do inquérito devido ao acúmulo de trabalho. O Ministério Público concordou com a extensão do prazo, aguardando a decisão judicial.
Professores do Instituto de Biologia relataram movimentações suspeitas nas verbas de pesquisa, com destaque para um docente que teve um desvio de R$ 245 mil. Segundo a denúncia, Ligiane utilizou uma empresa própria para emitir notas fiscais fraudulentas, simulando contratações inexistentes para desviar os valores.
Os docentes explicaram que Ligiane atuava na Secretaria de Apoio Institucional ao Pesquisador (SAIP), responsável pela gestão dos recursos destinados à pesquisa. Após o depósito dos fundos, os pesquisadores forneciam os dados necessários, incluindo senhas bancárias, para que Ligiane realizasse as transferências, o que facilitou as malversações de recursos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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