Executivo busca sinergias operacionais e consolidação onshore na tratativa da 3R com a PetroRecôncavo, visando crescimento composto e diversificação de portfólio.
A 3R Petroleum decidiu suspender temporariamente a análise sobre a possibilidade de uma fusão com a PetroRecôncavo depois de receber uma proposta de fusão com a Enauta, outra empresa independente do setor de petróleo. No entanto, a proposta original da sueca Maha Energy, acionista da 3R, ainda tem potencial para ser retomada em um futuro próximo, conforme afirmou o CEO da Enauta, Décio Oddone.
A união entre as empresas do rammo de petróleo tem se mostrado cada vez mais estratégica em um cenário de mercado dinâmico e desafiador. A busca por sinergias e oportunidades de crescimento por meio de fusões e aquisições tem se tornado uma alternativa cada vez mais comum entre as companhias do setor, visando fortalecer suas operações e aumentar sua competitividade em um mercado globalizado e em constante evolução.
Captura de Sinergias Operacionais na Fusão com a PetroRecôncavo
‘A gente vê potencial para continuar as discussões com a PetroRecôncavo logo em seguida [ a uma eventual fusão com a 3R], para capturar essas sinergias operacionais que estavam sendo buscadas na transação proposta pela Maha’, afirmou Oddone ao IM Business. ‘E a gente vê oportunidade de fazer outras transações com outros ativos de outras companhias também’.
Em janeiro, a Maha Energy passou a deter 5% da 3R e sugeriu ao conselho de administração da petroleira um desmembramento de suas operações onshore (campos terrestres) para a incorporação pela PetroRecôncavo.
Consolidação Onshore e Crescimento Composto Pós-Fusão
Continua depois da publicidade ‘A possibilidade de consolidação onshore é interessante e está contemplada nos planos futuros da companhia’, afirmou Oddone. Questionada pelo IM Business sobre a continuidade de negociações com a PetroRecôncavo após uma possível fusão com a Enauta, a 3R preferiu não comentar.
A oferta da Enauta chegou ao conhecimento do mercado na noite de ontem (1) e é baseada em uma troca de ações. Na combinação dos negócios, a 3R ficaria com 53% da nova empresa e a Enauta, com 47%. A proponente calcula que a união resultaria em produção potencial de mais de 100 mil barris de óleo equivalente por dia, ‘com oportunidade de crescimento composto nos próximos cinco anos’.
Diversificação e Consolidação na Estratégia de Fusão com a 3R
As reservas somariam mais de 770 milhões de barris. A proposta de fusão com a 3R faz parte da estratégia de diversificação e consolidação da Enauta. A empresa, que abriu capital 2011, se apresenta como única petrolífera independente a tocar um projeto greenfield no país, o Campo de Atlanta, na Bacia de Santos.
‘Tínhamos um portfólio muito concentrado, no qual avançamos com sucesso. Vimos oportunidade de começar a diversificar’. Em dezembro passado, a Enauta comprou a participação da Qatar Energy em campos de petróleo do Parque das Conchas, na Bacia de Campos. Dias antes, anunciou a aquisição de100% das concessões da Petrobras nos campos de Uruguá e Tambaú, na Bacia de Santos.
Alocação de Valor e Captura de Sinergias Relevantes na Fusão
A Enauta ainda não assumiu a propriedade dos ativos, já que ambos os negócios estão em fase de closing. Oddone explicou que empresas que operam somente campos maduros têm dificuldades de crescer além do curto e médio prazos. ‘Por mais que se invista no aumento de produção desses campos, há declínio.
Para entregar resultado e rentabilidade de forma sustentável no tempo, é preciso ter um portfólio balanceado. Nenhuma das empresas independentes tem essa característica, pois a grande maioria comprou campos maduros da Petrobras’. De acordo com o CEO, a Enauta identificou que a combinação com a 3R trazia a melhor combinação de portfólio entre as opções que estavam sendo estudadas.
‘O portfólio da Enauta complementa o da 3R e vice-versa. Além disso é equilibrado entre petróleo e gás, entre onshore e offshore’, afirma o executivo. ‘A importância disso está na resiliência aos ciclos de petróleo’. Offshore x onshoreNos projetos offshore, que têm longo prazo de maturação, o risco da oscilação do preço de petróleo é maior.
No onshore, onde a Enauta inda não atua, a produtividade é menor, mas os projetos são de menor duração. ‘Os poços são mais baratos e produzem logo. A flexibilidade do onshore é muito maior. Essa combinação torna uma companhia muito mais resiliente’, diz Oddone.
Seleção de Projetos Estratégicos após Fusão da Enauta e 3R
Caso a combinação das empresas se confirme, o próximo passo vai ser selecionar os melhores projetos dos portfólios de cada uma para direcionar investimentos e capturar valor ao acionista da maneira mais rápida possível. A Enauta não dá números, mas afirma que a fusão tem sinergias relevantes que podem ser capturadas, sobretudo no que se refere a ponto de alocação e custo de capital.
‘A gente cria uma companhia com potencial consolidador muito grande’, diz o executivo. Oddone também destaca a complementaridade do corpo técnico das empresas, a proximidade entre os ativos de ambas e os possíveis ganhos em estratégias comerciais. ‘A nova companhia vai ter uma produção muito relevante de petróleo e pode se beneficiar de uma estratégia de comercialização conjunta’, explica.
Fonte: @ Info Money
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