Restrição da política monetária devido a criação de empregos e medidas de inflação fortes. Indicadores da economia apontam risco à atividade se cortes de juros forem feitos precocemente.
Em sua mais recente declaração, o diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, destacou que a análise dos dados econômicos atuais não aponta para a necessidade imediata de redução dos juros.
Entretanto, a especulação em torno das possíveis taxas de juros continuam a influenciar as expectativas do mercado, principalmente após os recentes cortes na taxa de juros realizados por outros bancos centrais ao redor do mundo.
O banqueiro central analisa os indicadores da economia americana
O banqueiro central mencionou a criação de 275 mil empregos nos Estados Unidos em janeiro e ‘uma série de medidas de inflação que continuaram a se mostrar fortes‘.
Dessa forma, Waller considerou ser sensato manter o nível atual de restrição da política monetária ‘talvez por um período mais longo do que o previsto’, a fim de permitir que a inflação nos EUA recue para a meta de 2% de maneira sustentável. Apesar de suas posturas mais conservadoras (‘hawkish’) de forma geral, Waller ainda acredita que será viável reduzir os juros em algum momento deste ano.
‘Mas até que haja essa evolução [da inflação], não estou inclinado a tomar essa decisão’, afirmou. Para ele, aguardar um pouco mais para cortar os juros implica baixo risco à atividade em meio a uma economia e mercado de trabalho robustos nos EUA.
Conforme Waller, o fato de um número maior de membros do Fed preverem dois ou menos cortes de juros de 0,25 ponto percentual (p.p.) durante este ano indica que o banco central não está ignorando os dados sólidos de inflação de janeiro e fevereiro. ‘Em minha visão, seria adequado reduzir a quantidade total de cortes ou postergá-los para o futuro em resposta aos dados mais recentes.
Isso demonstra a necessidade de administrar uma percepção em tempo real à medida que as informações são divulgadas. Novos dados podem, de fato, mudar essa perspectiva mais adiante, porém, por ora, não há pressa em tomar essa medida [de cortar os juros]’, reiterou o membro do Fed.
Cortes na taxa de juros continuam em pauta
O banqueiro central focou nos indicadores da economia americana e na criação de empregos, salientando ‘diversas medidas de inflação que permanecem consistentemente elevadas‘.
Nesse contexto, Waller avaliou ser apropriado manter a postura de restrição monetária atual por mais tempo do que o previsto, visando a redução da inflação nos Estados Unidos para a meta de 2% de forma duradoura. Apesar de seu viés mais conservador (‘hawkish’), Waller sustenta a ideia de implementar cortes nos juros em algum momento deste ano.
‘Contudo, aguardarei até que haja avanços significativos [na inflação] antes de tomar essa decisão’, explicou. Para ele, prolongar um pouco mais o momento de cortar os juros não apresenta grandes riscos para a atividade econômica diante da solidez da economia e do mercado de trabalho nos EUA.
Segundo Waller, o fato de mais membros do Fed projetarem dois ou menos cortes de 0,25 ponto percentual na taxa de juros ao longo deste ano indica que a instituição não está ignorando os dados robustos de inflação registrados em janeiro e fevereiro. ‘Em minha opinião, seria prudente reduzir o número total de cortes ou adiar sua implementação frente aos dados mais recentes.
Este cenário reflete a necessidade de ajustar constantemente as perspectivas diante das informações disponíveis. Novos dados podem alterar essa perspectiva, mas, por ora, não há pressa para proceder com os cortes nos juros’, reiterou o diretor do Fed.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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