O BofA recomenda a compra das ações do banco estatal BB, mesmo com receios do mercado, usando a metodologia de soma das partes e o múltiplo médio dos bancos.
O Banco do Brasil continua sendo alvo de recomendações positivas, incluindo a do Bank of America, que reiterou sua sugestão de ‘compra’ para a instituição financeira. Com um valor de R$ 69 estipulado como preço-alvo, os analistas do banco americano enfatizam que o BB apresenta potencial de valorização. Mesmo diante das preocupações do mercado com possíveis interferências políticas, a performance recente da empresa tem despertado otimismo entre investidores.
As ações do BB, um importante banco estatal, tiveram uma leve queda de 1,3% durante o pregão de hoje, encerrando o dia cotadas a R$ 56,99. Apesar desse movimento no mercado financeiro, a perspectiva para o Banco do Brasil ainda é positiva, com vários analistas ressaltando seu potencial de crescimento a longo prazo. A atuação sólida e a presença consolidada da instituição são fatores que alimentam a confiança dos investidores no BB.
Recomendação de Compra do Banco do Brasil pelo BofA
O BofA realizou uma avaliação do BB utilizando a metodologia conhecida como ‘soma das partes’. Nesse sentido, o banco dividiu o conglomerado em quatro segmentos principais: adquirência (ou seja, a participação na Cielo); seguros (BB Seguridade); operações na Argentina (Patagônia); e o núcleo bancário local. As participações na Cielo e BB Seguridade foram avaliadas com base nas cotações de mercado dessas empresas. Para o Patagônia, foi utilizado o múltiplo médio dos bancos listados na Argentina. Levando em consideração esses valores, o BofA chegou a uma avaliação de R$ 112 bilhões para o núcleo bancário do BB, equivalente a 0,7 vezes o preço/valor patrimonial.
Considerando esses níveis de valuation conservadoramente descontados, dado o desempenho positivo do negócio, que registrou um ROE médio de 17,2% nos últimos dois anos, o BofA acredita que um múltiplo justo estaria mais próximo de 1,1 vez o preço/valor patrimonial, considerando um custo de capital de 16,6%. Dessa forma, o mercado já estaria precificando riscos consideráveis de interferência governamental no Banco do Brasil.
De acordo com o BofA, a previsão é de que o núcleo bancário do BB cresça em lucratividade em torno de 20% este ano. Além disso, o banco sugere que os receios em relação a possíveis intervenções do Estado podem estar exagerados e que, mesmo se ocorressem, o impacto não seria tão sentido no decorrer deste ano. Vale ressaltar que o BB possui uma estrutura sólida para se proteger contra interferências, e o governo detém apenas 50% das ações, em comparação com 100% de controle da Caixa e do BNDES.
Por fim, durante o programa ‘Bom pra todos’, no segundo trimestre de 2012, o Banco do Brasil conquistou maior participação de mercado em detrimento dos bancos privados, o que eventualmente teve um impacto negativo na rentabilidade refletido um ano mais tarde.
Este relatório foi divulgado pelo Valor PRO, o serviço de atualização em tempo real do jornal Valor Econômico. A recomendação de compra das ações do Banco do Brasil pelo BofA destaca o potencial de valorização e a solidez estrutural do banco estatal em meio ao atual cenário econômico.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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