Ritmo de escoamento lento faz produtores estocarem; vendas reduzem na rota Sorriso-Rondonópolis, impactando preços do frete no Centro-Oeste – Argus.
Em relação ao escoamento da safra de soja, observa-se um ritmo mais devagar neste período. A diminuição dos preços da soja está levando os agricultores a optarem por armazenar seus grãos em vez de enviá-los aos portos, conforme o usual nesta fase do ano. Essa decisão de manter as colheitas guardadas tem impacto direto nos preços dos fretes, que estão sendo afetados pela menor movimentação de produtos.
A preferência dos produtores por manter os grãos armazenados está causando uma desaceleração no fluxo de vendas. O mercado tem reagido de forma sensível à situação, demonstrando a influência direta da oferta e demanda na precificação dos produtos agrícolas. É importante acompanhar de perto essas movimentações para entender como a situação da soja pode se desenrolar nas próximas semanas.
Desafios do Transporte de Soja: Custos e Perspectivas para o Setor
Um recente levantamento da Argus destaca a dinâmica dos custos de transporte da soja, um dos principais grãos produzidos no Brasil. O estudo aponta que, em março, o transporte de uma tonelada de soja ao longo da tradicional rota Sorriso-Rondonópolis, em Mato Grosso, teve um custo de R$ 150, representando uma redução de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, ao considerar a rota pelo Norte, os números seguem uma tendência similar. O valor para transportar a soja de Sorriso para o porto de transbordo em Miritituba (PA), pela BR-163, foi 12% mais baixo, totalizando R$ 250 em comparação com R$ 285 no ano passado.
Como resultado da menor movimentação de soja em direção aos portos, o ritmo de escoamento de adubos do litoral para o interior também foi impactado, levando a uma desaceleração nas vendas e redução nos preços. O frete de fertilizante de Paranaguá (PR) para Rondonópolis, por exemplo, registrou uma queda de quase 15%, chegando a R$ 213 por tonelada.
Diante do cenário de perspectiva de aumento na demanda por adubos em 2024 e da possível recuperação na relação de troca entre grãos e fertilizantes, surgem questionamentos sobre a capacidade logística do país. A necessidade de escoar a soja e trazer insumos para o campo pode resultar em desafios adicionais, especialmente considerando que a janela para essas operações pode se estreitar este ano.
Com a possibilidade de uma competição mais acirrada por caminhões, espera-se que os custos de frete se elevem nos próximos meses, o que impactará diretamente os produtores e demais envolvidos na cadeia de produção de soja e grãos em geral. Nesse contexto, a otimização logística e a busca por soluções eficientes tornam-se ainda mais essenciais para garantir a fluidez e a rentabilidade do setor.
Fonte: @ Info Money
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