Facção domina mais da metade das áreas sob controle de criminosos em estudo territorial de 2022 pelo Grupo de Estudos.
O aumento de 8,4% no controle territorial do Comando Vermelho (CV) no Grande Rio entre 2022 e 2023 consolidou ainda mais a influência da facção criminosa na região. Com esse crescimento, a organização conseguiu ultrapassar as milícias e alcançar 51,9% das áreas sob domínio de criminosos, evidenciando sua presença contínua na região.
A ascensão do Comando Vermelho no Grande Rio mostra a força e a estratégia utilizadas pela facção criminosa para ampliar seu domínio. O CV demonstra uma capacidade de expansão que desafia as demais organizações criminosas, estabelecendo-se como uma figura proeminente no cenário do crime na região.
Estudo aponta aumento da influência do Comando Vermelho
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (15) pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) e pelo Instituto Fogo Cruzado revelou que as milícias viram suas áreas territoriais reduzidas em 19,3% de 2022 para 2023, passando a ser responsáveis por apenas 38,9% dos territórios controlados por grupos criminosos. O estudo destacou que o Comando Vermelho retomou a liderança de 242 km2 que haviam sido perdidos para as milícias em 2021, com 42,9% das áreas sob controle criminoso pertencendo a essa facção.
As áreas onde o Comando Vermelho mais se expandiu foram a Baixada Fluminense e o Leste Metropolitano, enquanto as milícias enfrentaram suas maiores perdas na Baixada e na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo o pesquisador do Geni/UFF, Daniel Hirata, a morte de Ecko, uma das principais lideranças das milícias até 2021, gerou instabilidade no grupo, abrindo espaço para outros grupos como o Comando Vermelho avançarem em busca de ampliar seu domínio.
Outras organizações criminosas registram recuos
Além do Comando Vermelho, as facções criminosas Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA) também enfrentaram retrocessos, com reduções de 13% e 16,7%, respectivamente, de 2022 para 2023. O estudo também analisou a evolução do controle territorial armado ilegal ao longo dos últimos 15 anos na região do Grande Rio, apontando que em 2008, 8,8% da área construída na região metropolitana estava sob controle de algum grupo criminoso.
Em contrapartida, em 2023, esse percentual mais do que dobrou, alcançando 18,2%. Ao longo dos últimos 15 anos, as milícias foram a organização que mais cresceu na região do Grande Rio, triplicando sua área de controle entre 2008 e 2023. Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Fogo Cruzado, apontou que a falta de políticas públicas direcionadas para desmantelar as redes econômicas que sustentam os grupos armados e proteger os funcionários públicos que atuam em áreas vulneráveis contribui para a alternância de domínio entre as milícias e o Comando Vermelho.
Fonte: @ Agencia Brasil
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