Diretores do BC alinham expectativas para aumento da Selic após divulgação da ata do Copom, em meio a reviravolta no mercado financeiro.
O mercado financeiro está atento à possibilidade de o Banco Central (BC) elevar os juros a partir do dia 19 de setembro. Essa decisão pode impactar diversos setores da economia, refletindo na vida dos consumidores e das empresas. A expectativa é que a mudança na taxa de juros traga mais volatilidade ao mercado.
Juros e mercado financeiro: tendências e previsões
No dia 19 de junho deste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a Selic estável para o período entre 20 de junho e 31 de julho, em meio a uma expectativa financeira de estabilidade. Posteriormente, na reunião subsequente, a decisão foi novamente pela manutenção da Selic para o período de 1 de agosto até 18 de setembro. Se as previsões atuais do mercado se confirmarem, o cenário aponta para apenas 91 dias de juros inalterados.
Em um período marcante da história, entre 30 de outubro de 2008 e 21 de janeiro de 2009, houve uma reviravolta rápida na tendência dos juros. Naquela época, a decisão inicial do Copom foi manter os juros estáveis em 13,75%. Após duas reuniões, em janeiro de 2019, o Copom optou por reduzir a Selic em um ponto percentual, refletindo a dinâmica do mercado naquele momento.
As condições do mercado financeiro são sempre pautadas pela análise do Comitê de Política Monetária, que leva em consideração as perspectivas econômicas. A agilidade nas mudanças de expectativas tem sido um ponto de destaque, evidenciando a importância de estar atento às movimentações do mercado.
No âmbito das previsões atuais, destaca-se a existência de um contrato derivativo na B3, denominado opção de Copom, que permite especular sobre possíveis variações na taxa Selic. Este contrato oferece um prêmio de R$ 100 em caso de ajuste previsto para a Selic pelo Copom. Em contrapartida, para os demais contratos, a remuneração é nula.
No dia 5 de agosto, o contrato que previa a manutenção da Selic na reunião de 18 de setembro estava avaliado em R$ 72,50. Já o contrato que indicava um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic era cotado a R$ 12,50, enquanto o de 0,50 ponto percentual estava precificado em R$ 16.
No contexto das apostas, a ‘odd’ para a manutenção da Selic era baixa, considerando a diferença entre o prêmio de R$ 100 e o desembolso de R$ 72,50. Por outro lado, a ‘odd’ para um ajuste de 0,25 ponto percentual era mais elevada, dada a possibilidade de retorno com um investimento menor.
Assim, com base nos contratos de opção de Copom, o mercado inicialmente esperava, com larga margem, pela manutenção da taxa Selic inalterada. Contudo, o cenário sofreu uma reviravolta significativa. Em 19 de agosto, o contrato que previa a estabilidade da Selic caiu para R$ 29,20, indicando uma mudança de perspectiva.
Os contratos futuros de DI, outro derivativo negociado na B3, também apontam para um aumento da taxa básica de juros. Segundo as cotações atuais, a projeção é de um acréscimo de 0,25 ponto percentual nas próximas duas reuniões do Copom, seguido por mais 0,5 ponto percentual nas duas reuniões subsequentes.
Com isso, os juros poderiam iniciar o ano de 2025 em 12% ao ano, refletindo as declarações dos diretores do Banco Central após a divulgação da ata da última reunião do Copom. A expectativa do mercado financeiro aponta para uma tendência de alta nas taxas de juros, evidenciando a importância de acompanhar de perto as movimentações do setor.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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