Pesquisadores internacionais liderados por israelenses revelam descoberta do zoológico cósmico: evolução de supernova na Galáxia do Cata-Vento.
(CNN) – As supernovas são fenômenos estelares impressionantes que continuam a surpreender os cientistas. O brilho intenso dessas explosões cósmicas desafia a compreensão humana, revelando um espetáculo grandioso no universo.
A observação das supernovas é crucial para o estudo das explosões cósmicas que moldam a estrutura galáctica. A energia liberada por esses eventos astronômicos é tão poderosa que pode ser vista a milhares de anos-luz de distância, proporcionando uma visão única sobre a evolução do cosmos.
Grupo internacional de pesquisadores estuda evolução de supernova
Um grupo internacional de pesquisadores liderado por israelenses apresentou nesta quarta-feira (27) aquele que pode ser descrito como o quadro mais completo já produzido da evolução de uma supernova.
O trabalho, que tem como primeiro autor Erez Zimmerman, estudante de doutorado do Instituto Weizmann de Israel, foi fruto de um bocado de sorte, combinado à grande agilidade para observar um evento astronômico literalmente bombástico em tempo real.
Tudo começou em 19 de maio do ano passado, quando o astrônomo amador japonês Koichi Itagaki reportou a descoberta da SN 2023ixf –um ponto brilhante antes não observado na famosa Galáxia do Cata-Vento (também listada como NGC 5457 ou M101).
Trata-se de uma bela espiral, comparável à nossa Via Láctea, localizada a cerca de 21 milhões de anos-luz daqui –distância até modesta, pelos padrões extragalácticos. Assim que recebeu a notificação da descoberta, apenas horas depois de ter ocorrido, o grupo de Avishay Gal-Yam, orientador de Zimmerman no Weizmann, solicitou tempo de observação no Telescópio Espacial Hubble, da Nasa.
Ninguém sabe quando uma supernova vai aparecer no céu, mas eles já tinham um programa destinado a observar, em luz ultravioleta, qualquer supernova que aparecesse, demandando uso prioritário quando a ocasião surgisse.Não ajudou que a descoberta tenha ocorrido numa tarde de sexta-feira e o casamento de Zimmerman estivesse marcado para dali a dois dias.
Cenas de astronomia explícita transcorreram nas horas e dias subsequentes, conforme o grupo colhia imagens e espectros da SN 2023ixf. ‘É muito raro, como cientista, ter de agir tão depressa’, disse Gal-Yam, em nota do Instituto Weizmann.
‘Tivemos muita sorte de ter esse programa rodando quando a supernova mais próxima em uma década explodiu na M101’, contou Zimmerman à Folha.O esforço valeu a pena. ‘Fomos capazes -pela primeira vez- de observar uma supernova enquanto sua luz estava emergindo do material circunstelar em que a estrela em explosão estava envolvida’, diz Zimmerman.
‘Já tivemos espectros de supernovas do Tipo II que foram observadas mais cedo, mas nunca no ultravioleta, já que isso exige um telescópio espacial como o Hubble para observar, pelo fato de a atmosfera absorver radiação ultravioleta.’Cabe aqui uma pausa para falar do que produz as supernovas, em particular as de Tipo II, como a estudada agora pelo grupo.
Elas são o resultado da morte de estrelas de alta massa, muito mais parrudas que o Sol.
Quando o combustível nuclear que as alimenta está para terminar, elas se transformam em supergigantes vermelhas, astros bastante inchados com ventos estelares poderosos, que fazem com que o astro vá perdendo massa -literalmente soprando para longe suas camadas exteriores.Quando a fusão nuclear se torna completamente inviável, algo diferente acontece: o núcleo da estrela implode, esmagado por sua própria gravidade (agora não mais contida pela energia gerada no interior da estrela).
Observando as fases finais de uma supernova
Um efeito rebote gera uma explosão, com tal luminosidade que a estrela sozinha pode brilhar mais que uma galáxia inteira, com centenas de milhões de sóis.Contudo, essa luz toda, para sair, precisa atravessar o material cincunstelar ejetado durante as fases finais de vida da estrela.
Pois bem, o que os astrônomos liderados pelo grupo israelense conseguiram foi observar justamente esse processo em que a luz da explosão vai atravessando a matéria circundante e ganha o espaço exterior, podendo chegar até nossos telescópios.Entender como exatamente evoluem essas grandes explosões cósmicas é um dos desafios fundamentais para compreender como o próprio Universo evolui.
Afinal, sabemos que o Big Bang, ocorrido há 13,8 bilhões de anos, produziu apenas hidrogênio, hélio e lítio. Todos os outros elementos da tabela periódica, dentre eles…
Fonte: © Notícias ao Minuto
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